O Espírito de Vida em Cristo

sexta-feira, 15 de março de 2013

 
O Espírito de Vida em Cristo
 
 
Os que estão em Cristo não precisam viver mais numa nuvem escura e depressiva. O poder de Deus atua em nossas vidas. O Espírito da vida em Cristo, como um vento forte limpa totalmente o ar, libertando a todos que creem de uma tirania brutal das mãos do pecado e da morte.
Deus não tratou do problema como algo distante e sem importância. Em Jesus Cristo, assumiu pessoalmente a condição humana, entrou na confusão da humanidade que vive em conflito para consertar as coisas de uma vez por todas. As soluções humanas são débeis, fragmentadas e jamais poderão pôr em ordem o caos.
O ser humano se utiliza de ferramentas que servem como paliativo para o pecado, nunca para a cura completa. Aceitem o que o Espírito faz em nós.
Os que pensam que podem fazê-lo por si mesmos terminam obcecados por medir sua força moral, mas sem resultados na vida real. Os que confiam na ação de Deus descobrem que o Espírito de Deus está neles vivendo e respirando em Deus.
Caríssimos ficar obcecado consigo mesmo nessa questão é entrar num beco sem saída. Quem olha para Deus é levado para um campo aberto, a uma vida livre, espaçosa. Direcionar o foco para nós mesmos é o oposto de se concentrar em Deus. Qualquer pessoa absorvida em si mesma passa a ignorar a Deus e acaba pensando mais nela que em Deus. Ignora quem Deus é e o que ele pode fazer. E Deus não gosta de ser ignorado.
Se o próprio Deus está em nós, dificilmente iremos pensar mais em nós mesmos que nele. Quem não recebe esse Deus, plenamente presente, o Espírito de Deus, não saberá do que  esta pessoa está falando. Mas nós o recebemos e o temos habilitado em nós, mesmo que ainda experimentemos as limitações do pecado, experimentamos a vida de acordo com Deus.
O Deus vivo e presente que ressuscitou Jesus dentre os mortos deseja atuar em nossas vidas, ele deseja fazer em nós o mesmo que fez em Jesus: Ele nos dá vida para que vivamos para ele.
Meus irmãos permitam que Deus respire em vocês! Ele fará  como fez em Jesus e vocês viverão livres de uma vida morta. Com seu Espírito vivendo em nós, nossos corpos serão tão cheios de vida quanto o de Cristo.
O Espírito de Deus nos chama. Há muito para fazer e lugares para conhecer. A vida que recebemos em Cristo não é vazia. Nela há uma constante expectativa de aventura, que sempre pergunta para Deus: E agora Pai, o que vamos fazer?
O Espírito de Deus em contato com nosso espírito confirma nossa identidade. Sabemos quem ele é, e sabemos quem somos: Pai e filho (a). Sabemos também que vamos receber o que está por vir – uma herança inacreditável. Iremos passar pelo que Cristo passou. Se enfrentarmos momentos difíceis com ele, então é certo que com ele passaremos momentos inesquecíveis.
 
Oremos!
Bravo, ó Deus, bravíssimo! Estamos maravilhados diante desta verdade! Bendito seja o Senhor! Pulamos de alegria e cantamos em voz alta nossa gratidão por ti.
O Senhor é à força do seu povo, refúgio irrestrito para aqueles que creem em ti.
Pai abençoe a tua herança. Tem consideração por cada filhinho (a). Carregue nos ombros aqueles que por ventura se encontrarem debilitados, pois tu és o bom pastor.
Sobre as águas abundantes está o teu trono de onde flui teu poder, governe nossas vidas. Fortaleça teu povo e nos conceda paz em o nome de Jesus Cristo.
 
 
Abraços!
Regina Lopes

Naufrágio

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Naufrágio


O que você faria se houvesse uma pessoa no navio o qual você também está e esta pessoa com um sonar, tentasse fazer o capitão e a tripulação acreditar que há um iceberg adiante? Pensaria que é um louco?
O povo está alterando o curso moral da nação, Deus deixará a colisão acontecer. Deus não desiste de alertar, nem mesmo quando o povo finge não ouvir o sonar.
Que defeito acharam em Deus? Por que se afastaram tanto dele? Por que se distraem tanto se tornando vazios e ocos? Com descaso o povo polui a habitação de Deus, entulham e profanam sua habitação. Por que o desprezam? Por que seguem ilusões? Por que se tornaram gananciosos?
Deus processará seu povo. Ele está apresentando denúncia contra o povo. Olhem em volta. Vocês, alguma vez, já viram algo parecido? Olhem atentamente! Estão trocando Deus por coisas inúteis. Estão trocando a glória de Deus por ilusões e esquemas inúteis.
Fiquem alarmados! Os céus já estão diante dessa loucura. O povo pecou contra Deus. Abandonaram a fonte de água fresca e agora cavam cisternas que vazam que parecem verdadeiras peneiras.
Foram lavados pelo sangue de Cristo? Como, então, acabaram como um pedaço de carne disputado por leões que rosnam e rugem? Cidades desertas! Cheias de entulhos! Como acham que isto aconteceu? Não foi porque ousaram se afastar de Deus quando ele os conduzia pelo caminho certo?
E, agora, o que acham que vão ganhar com sua ida os lugares que planejam ir? Dinheiro? Prestígio? O preço que será cobrado é muito alto! Olhem bem e se preparem para o resultado.
Todos pareciam interessados no que Deus estava fazendo, na verdade abraçaram o que Deus fazia quando ele endireitou suas vidas. Pareciam tão interessados em ler e falar sobre o que Deus estava fazendo. Distanciaram-se de Deus. Como puderam se distanciar? Porque em vez de confiar em Deus, assumiram o controle. Estão envolvidos no que fazem, tão envolvidos nos seus “projetos de Deus” que não perceberam Deus à do povo, como uma pedra no meio da estrada.
O profeta Isaias junta tudo isto em uma metáfora: “Cuidado! Pus uma pedra enorme no caminho para o monte Sião, uma pedra que você não pode contornar. Mas eu sou a pedra! Se você me procura, me encontrará a caminho, não obstruindo o caminho”.
A palavra que salva está diante de nós, tão próxima quanto à língua da boca, tão próxima quando o coração do peito. É a palavra da fé que aceita que Deus trabalhe e acerte as coisas para nós. Essa é a essência da nossa pregação.
Pense nisso!
Senhor,
Guarde-nos! Corremos ao teu encontro para sermos salvos do que virá. Sê o nosso Senhor! Sem ti, nada faz sentido. Tu és a nossa única escolha. O Senhor nos fez seus herdeiros.
Continue nos dando teus sábios conselhos. Ilumina completamente cada filho teu com o brilho do teu rosto. Nos segure pelas mãos e estaremos no caminho certo. Não queremos impor nosso jeito do jeito que o mundo faz. Queremos agir do teu jeito, o jeito da tua Palavra. Queremos seguir teus passos e não desistir.
Tua graça Senhor! Acolhe teus filhos. Mantem teu olhar sobre nós. Esconda-nos debaixo das tuas asas aconchegantes em o nome de Jesus Cristo.
Paz!
Regina Lopes

Cadáver Espiritual

Cadáver Espiritual


Em Cristo descobrimos quem somos e por que vivemos. Muito antes de ouvirmos falar de Cristo e de depositarmos a esperança nele, ele já pensava em nós e tinha planos de nos dar uma vida gloriosa, que é parte do propósito geral que ele está executando em tudo e em todos.

Falar sobre fé não prova que alguém tem fé. Não chegamos a lugar algum apenas ouvindo, sem partirmos para a prática. Tiago ao escrever aos seguidores de Jesus que viviam fora da Palestina chama a atenção sobre o perigo de se tornarem cadáveres espirituais, pois falar de Deus sem atitude coerente não tem o menor sentido.

Nós não podemos mostrar obras separadas da fé, assim como não podemos mostrar fé separada das obras. Não podemos ensinar pregar, falar uma coisa e viver outra, pois isto demonstra profunda incoerência (e no contexto de Tiago ele estava se referindo a coerência da fé através das ações).

Tiago está dizendo que separar fé e obras é afastar-se da vida. É um caminho de morte. Acreditar é uma ação. Não somos justos diante de Deus por causa de uma fé morta, mas pela fé que resulta em uma vida transformada.

O furor divino é despertado pela falta de confiança do ser humano em Deus, pelos erros repetidos, pelas mentiras acumuladas e pela manipulação da verdade. A verdade essencial sobre Deus é muito clara. Abram os olhos e poderão vê-la. Se analisarem com cuidado o que Deus criou, serão capazes de ver o que os olhos de um cadáver espiritual não podem enxergar.

Os cristãos estão deixando de tratar Deus como Deus, recusando-se a adorá-lo, e estão sendo reduzidos a um terrível estado de insensatez e confusão, a vida para estes tornou-se sem sentido. Fingem saber tudo, mas são ignorantes sobre a vida. Estão trocando a glória de Deus, que sustenta o mundo, por coisas baratas. Então se é isto que querem é tudo o que terão. Viverão num lamaçal, sujos por dentro e por fora. Tudo porque estão trocando Deus e uma fé coerente por uma fé morta.

O resultado desta insensatez é uma vida desprovida da presença de Deus e do amor divino. Tornam-se perversos, infelizes e sem amor humano. Por não se importarem com Deus vive uma vida incoerente com a fé que professam e com suas práticas.

Deus tem deixado homens e mulheres por conta própria. A vida destes tem se tornado uma confusão, está ladeira abaixo. Por esta razão as igrejas estão cheias de maus testemunhos. Alguém chegará a algum lugar apenas ouvindo, sem partir para a prática? Falar sobre fé prova que alguém tem fé? Não é óbvio que falar de Deus sem atitude coerente não tem o mínimo sentido?

Paulo ao escrever a Tito declara em sua carta que havia muitos rebeldes – eles afirmavam que conheciam a Deus, mas por seus atos o negavam. Eram detestáveis, desobedientes e desqualificados para qualquer boa obra (Tito 1.16).

Tiago em sua carta afirma que quando o corpo é separado do espírito, temos um cadáver. Se tentarmos separar a fé das obras, o resultado será o mesmo: apenas um cadáver. E o resultado serão igrejas ocupadas por ambiciosos, caluniadores, pessoas cheias de inveja, pessoas cheias de violência, briguentos, trapaceiros que fazem da vida de seu próximo um inferno. Maliciosos, venenosos, críticos ferozes, arrogantes, gente vazia e insuportável. São mestres em criar meios para destruir vidas. Uma fé morta produz seres humanos tolos, cruéis e intransigentes.

Estes tem plena consciência de que estão cuspindo no rosto de Deus e não se importam. Tiago afirma que o diabo crê no Deus único e treme, pois ele sabe que um dia será lançado no lago de enxofre, mas há um grupo que diz que há um só Deus, um grupo que prega que canta que dizima que ensina que está presente nas reuniões, mas não se importa com o dia do juízo.

Meus irmãos, não pensem que estamos em nível mais elevado que estes descritos por Tiago e Paulo, apontando o dedo para eles. Todas as vezes que criticamos alguém estamos nos condenando. Criticar é uma forma de ignorar nossos próprios pecados. Mas Deus não é enganado tão facilmente. Ele vê através da cortina de fumaça e nos responsabiliza por nossas ações.

Nós podemos distrair o nosso próximo, mas não conseguimos distrair a atenção de Deus com relação aos nossos pecados apontando o pecado dos outros. Deus não nos deixará livres de nossas obrigações. Deus é bom, mas não é bobo. Por sua bondade ele nos toma pela mão e nos conduz a uma mudança radical de vida.

Não há como escapar. Viver uma fé incoerente é como jogar lenha na fogueira. Um dia, o fogo intenso e alto, o julgamento justo e ardente de Deus irá queimar tudo. Não nos enganemos, porque no fim todos terão o que merecem. Vida de verdade para quem age do lado de Deus e fogo para quem insiste em viver como bem entende, pela lei do menor esforço.


Oremos:

Deus nós precisamos de tua graça! Lava-nos de nossa culpa e purifica-nos de nossos pecados. Quando teu povo vive uma fé incoerente é a ti que ofendem e o Senhor sabe a extensão da maldade. Tens todos os fatos diante de ti e o que decidir a respeito de teu povo será justo.

Purifica tua Igreja e ela será limpa. Lava e ela terá uma vida branca como a neve. Conserta os ossos quebrados. Cura completamente! Deus faz um novo começo para teu povo. Organiza o caos na vida de cada um.

Pai uma nova gênese! Não jogue fora ninguém, nem deixes de soprar santidade no teu povo. Traz de volta teu povo do exílio. Sopra um vento novo.

Nos dê a chance de ensinar teus caminhos aos rebeldes, para que os perdidos consigam achar o caminho de casa. Anula a sentença de morte, ó Deus da nossa salvação. Põe palavras em nossos lábios querido Deus.

Deus o povo fingindo te desagrada, é uma atuação impecável para a plateia. Não para ti. Despedaça o orgulho que tomou o coração do povo para que possam te adorar de verdade. Conceda-os um coração quebrantado, disposto a amar, pois estes não escapam nem por um minuto da tua percepção.

Transforma tua Igreja num lugar de deleite e repara os muros. Então, terá do teu povo adoração verdadeira, atos humildes e grandiosos de adoração através de uma fé viva, uma fé coerente. Em o nome de Jesus Cristo.

Deus te abençoe e te guarde. Deus sorria para você e te presenteie. Olhe para você bem nos olhos e o faça tornar-se melhor.


Regina Lopes

Orações

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013


Orações
Ao perceber que seu ministério começava a atrair muitas pessoas, Jesus convida seus ouvintes para um lugar tranquilo e os ensina. Ele exorta seus companheiros de caminhada a terem cuidado ao fazer o bem para que este gesto não vire peça de teatro. Pode ser um bom espetáculo para os seres humanos, mas Deus não aplaude. O mesmo ele fala sobre a oração. Ao buscarmos Deus em oração não devemos fazer deste momento uma produção teatral. Ele adverte sobre as orações que se transformam em verdadeiros shows em busca do estrelato. Deus não está no camarote, apreciando o espetáculo.
Nos últimos anos algumas mulheres me pedem para solicitar ao pastor a vinda de um movimento de oração bastente conhecido no país voltado para mães (e não há nada de errado neste desejo). Devido aos compromissos já assumidos minha resposta sempre é a mesma: “Devemos colocar este desejo diante de Deus”. Este ano não está sendo diferente. As ligações já começaram. E com as ligações surgi um grande incomodo devido a argumentação para que o movimento seja criado. Não tenho respostas, mas quero compartilhar com você nesta manhã meu incomôdo.
Porque deveriamos reunir um grupo de mães para orar? A resposta parece tão óbvia e é claro que devemos orar. Mas será que temos buscado um lugar tranquilo e isolado, de modo que não sejamos tentados a interpretar diante de Deus? Buscamos Deus de forma simples e honesta, de modo que o centro da atenção seja Deus e não quem ora? Percebemos a graça de Deus nestas reuniões de oração? Nossas reuniões de oração são mecanicas focadas nas necessidades físicas e pessoais? O que nos move para reuniões de oração? Sabemos orar como convém ou estamos utilizando fórmulas, programas, conselhos, técnicas de vendas para conseguir o q ue queremos de Deus?
Jesus ao ensinar a orar orienta para que não cometamos estas tolices. Nós estamos diante de Deus e ele sabe o que estamos precisando, melhor do que nós mesmos. Ele nos ama e por esta razão podemos orar de forma simples. Jesus disse que ao orar devemos pedir ao nosso Pai que está no céu que se revele a nós, revele quem é Ele. Devemos pedir que Ele faça o que for melhor tanto no céu como na terra. Que não falte o alimento sobre a mesa. Que nos preserve perdoados em sua presença e ao mesmo tempo que perdoamos nosso próximo. Jesus nos orienta a pedirmos ao Pai que nos guarde de nós mesmos e do diabo, entregando o comando de nossas vidas a Ele, pois assim haverá uma conexão entre o que Ele faz e o que nós fazemos, pois como poderemos receber perdão se não perdoamos. Quando deixamos de fazer a nossa parte a conexão cessa.
Ele segue falando do jejum que também não pode ser transformado em um espetáculo, pois o propósito do jejum é fazer com que estajamos concentrados em Deus. Não é preciso nenhum artíficio para chamar a atenção de Deus. Ele não vai deixar de ver o que nós estamos fazendo e ele sabe recompensar muito bem.
Há um perigo muito grande de nossas oraçãos se transformarem em repetições hipócritas ou expressões sem sentido e mecânica. Jesus no sermão da montanha chama a atenção para a tolice do fariceu. A hipocrisia é uma deturpação do propósito da oração desviando a glória de Deus para a glória do eu; a verborragia é uma deturpação da própria natureza da oração tornando-a, de uma abordagem real e pessoal a Deus, em uma eloquencia sem sentido. Frases enfadonhas e prolixas. Tagarelice na presença de Deus. Orações feitas com a boca quando a mente não está engajada. Jesus está diz endo que Deus não se impressina com os mecanismos e as estatísticas da oração (Mt 6.8).
João Calvino disse que os crentes não oram com o objetivo de informar a Deus sobre coisas que lhe sejam desconhecidas, ou de instigá-lo a cumprir sua obrigação, ou de conclamá-lo, como se estivesse relutante. Pelo contrário, nós oramos a fim de que possamos despertar em nós mesmos com o intuito de buscá-lo, exercitar a fé na meditação em nas promessas de Deus, alivar-nos de nossas ansiedades ao nos derramar em seu seio; em uma palavra que possamos declarar que tem esperança e esperarmos Dele somente, para nós mesmos e para os outros, todas as coisas boas.
Nossas orações devem ser verdadeiras, sincera em oposição à hipocrisia, reflexiva em oposição à mecânica. Nossas orações são dirigidas ao nosso Pai – ele preenche os ideias de paternidade no cuidado amoroso para com seus filhos. Ele é poderoso, seu poder é capaz de realizar. Ele é sábio.
Meus irmãos, quero convidá-los a passar um tempo lembrando quem é Aquele a quem estamos nos dirigindo. Quem é Aquele a quem dirigimos nossas orações.
Nosso Pai do céu, nós adoramos o seu santo nome. Pedimos que seu reino venha logo. Que a sua vontade seja feita aqui na terra, tal como é feita no céu. Conceda-nos graça para confessarmos nossos pecados nos humilharmos diante de ti. Conceda-nos compaixão e zelo por tua igreja e desejo de conhecer a ti, ver tua face e contemplar a tua glória em nome de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador.

Que o Senhor Jesus Cristo seja com o teu espírito.
Paz!
Regina Lopes

Coerência

Coerência

Tiago nos convida a nos submetermos ao script de Deus, pois é ele quem dirige o cenário da vida e o faz com a sua Palavra. Exorta dizendo que deve haver coerência em nosso viver.
Augustus Nicodemos em um de seus sermões ao falar da incoerência dos cristãos dos nossos dias diz: Infelizmente muitos lugares batizam sem discipular. Não há tempo para saber se houve mudança de direção. Então estes são batizados, mas continuam em suas práticas. O resultado são igrejas cheias de cristãos ateus – crendo em Deus, mas vivendo como se ele não existisse (O Cristão Ateu – Craig Groeschel). Afirmam que conhecem a Deus, mas por seus atos o negam; são detestáveis, desobedientes e desqualificados para qualquer boa obra (Tito 1.16). E seguem migrando de uma igreja para outra.
Tiago afirma que o cristão coerente aprende a ouvir primeiro e falar depois, e não deixa que ira tome o controle. Pois o que se deixa dominar pela ira não faz a vontade de Deus.
Ele exorta o cristão a se livrar de todo comportamento que promova escândalo e todo tipo de maldade (Tg 1.19-21), a não inventarmos nada, sermos humildes, ou seja, devemos estar atentos aos ruídos internos, conhecendo nossas próprias limitações e vivendo em absoluta sujeição a Deus.
Tiago chama a atenção dizendo que há um grupo que se reúne toda semana, frequentam as classes de EBD, ouvem os sermões, dão risadas de tudo o que é falado, aplaudem o pregador, mas estão apenas fingindo receber o que está sendo dito. A Palavra entra por um ouvido e sai pelo outro. Tiago chama a estes de incoerentes, pois quem apenas ouve e nada faz é como quem olha no espelho, e, no minuto seguinte, já nem se lembra da própria aparência. A religião é mera conversa fiada.
Tiago também traça o perfil daquele que dá a devida atenção à mensagem de Deus e a coloca em prática. Este vive a verdadeira liberdade, firma-se na Palavra e é praticante do que ouve. Este procura agradar a Deus, cuida dos necessitados e desamparados que sofrem e não entram em esquemas de corrupção do mundo sem Deus. Tiago diz que a marca destes é o crescimento, pois Deus abençoa tudo o que esta pessoa faz.
Meus irmãos leiam a carta de Tiago em oração e que as ricas bênçãos do nosso Senhor sejam com vocês.
Senhor investiga nossas vidas; faça um apanhado de todos os fatos. Queremos ser um livro aberto para ti, pois o Senhor conhece nossos pensamentos. Nunca estamos fora da tua vista.
O Senhor sabe antecipadamente o que vamos dizer antes mesmo que iniciemos uma frase. Tua presença é constante, embora não consigamos compreender totalmente.
Investiga nossas vidas, Deus, descubra tudo a nosso respeito. Interroga-nos, testa-nos. Vê por ti mesmo se fizemos alguma coisa contrária a tua Palavra e, então, guia-nos na estrada que conduz à vida eterna em o nome de Jesus Cristo.
A graça seja com vocês!
Regina Lopes

Lutas e Aflições

Lutas e Aflições



Em nossos dias os que não creem em Deus observam a Igreja e concluem que não há nada de especial na religião, a não ser talvez um negócio – e um negócio desonesto. Os cristãos também veem a mesma situação de modo diferente.

Tiago em sua carta nos revela a execução habilidosa de confrontar, diagnosticar e lidar com crenças e comportamentos incorretos surgidos nas congregações confiadas a pastores. A carta nos revela uma sabedoria profunda e viva, além de rara e essencial. Sabedoria que nos dá habilidade para viver. Pois que vantagem há na verdade, se não sabemos como vivê-la? O que adianta ter boas intenções, se não conseguimos sustentá-las?

Tiago começa sua carta se apresentando como aquele que vive em absoluta sujeição a Deus e ao Senhor Jesus Cristo: “Eu, Tiago, escravo de Deus e do Senhor Jesus, escrevo às doze tribos espalhadas que aguardam a vinda do Reino: Saudações!” (Tg 1.1).

Tiago se identifica simplesmente como alguém que vive dependente de Deus. Ele começa sua carta falando de lutas e aflições, pois havia alcançado a compreensão de que quando lutas e aflições nos atingem em cheio elas colaboram para o fortalecimento da fé e então temos forças para prosseguir.

O cristão não desiste facilmente diante dos embates da vida. Quanto mais perseveramos, mais amadurecemos e desenvolvemos plenamente nosso caráter.

Quando estamos diante de lutas e aflições e não sabemos o que fazer por falta de sabedoria, devemos orar ao Senhor. Ele nos ajudará sempre. O cristão não precisa se desesperar. O cristão não precisa e não deve barganhar com Deus. Devemos e podemos ser objetivos. Podemos pedir ao Senhor que nos conceda sabedoria para viver os avessos que compõem a nossa história (nomeie os avessos).

Tiago aconselha a orar quando diante de lutas e aflições não soubermos o que fazer. Se pedirmos ao Senhor sabedoria ele nos dará, se buscarmos sabedoria em Deus, nós encontraremos. Se batermos na porta da Sabedoria ela será aberta para nós, pois todo aquele que pede ajuda ao Senhor, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, a porta é sempre aberta (Mt 7.7-8).

Meus irmãos nem sempre teremos um ombro para chorar, nem sempre teremos pessoas dispostas a nos ouvir sem julgar, sem espalhar o que foi dito. Nem sempre as pessoas estarão disponíveis. Mas as Escrituras Sagradas afirmam que podemos pedir com coragem e acreditar, sem pensar duas vezes que o Senhor agirá em nosso favor. Tiago orienta a não depositar nossa confiança em bens materiais, pois tudo é passageiro. Num piscar de olhos já se foram.

Você está enfrentando lutas e aflições? Peça sabedoria ao Senhor! Está diante de um desafio? Peça sabedoria ao Senhor! Precisa tomar uma decisão? Peça sabedoria ao Senhor! Em qualquer situação, peça sabedoria ao Senhor. Encare as lutas e as aflições com sabedoria do alto, você irá superá-las! Peça ajuda ao Senhor, pois tudo o que recebemos do Pai das Luzes é bom e perfeito. Nele existe firmeza e estabilidade. Foi Ele que nos trouxe a existência, pela Palavra da verdade! Nós somos a sua maior alegria! Nós somos a coroa de sua admirável criação!


Oremos!

Nós te amamos Senhor! Tu nos fortaleces. O Senhor é uma rocha debaixo de nossos pés, a fortaleza em que habitamos o cavaleiro que nos resgata.

Nosso Deus, tu és alto rochedo para onde corremos a fim de salvar nossas vidas! Em ti nos escondemos, pois tu és esconderijo seguro.

Louvamos o teu nome, pois em Deus estamos salvos e seguros. Louvamos o teu nome, pois tu és Aquele que ao ouvir o nosso clamor, nos socorre. A nossa voz chega a tua presença. O Senhor nos recebe em audiência particular. Louvamos o teu nome, pois tu nos sustentas com teu braço forte lá do céu, nos alcança e nos livra do caos.

Louvamos o teu nome, pois o Senhor refaz a nossa vida quando depositamos diante de ti as lutas e as aflições.

Senhor que estejamos atentos aos teus caminhos. Queremos examinar teu modo de agir e aprender o máximo que possamos. Não permita que venhamos descuidar de nossos passos. Em nome de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador pedimos que nos proteja com a armadura da salvação. Tua mão firme nos sustente. Afaga-nos com ternura. Aplaina o chão em que pisamos assim nossos passos serão sempre firmes.

Amém!

Regina Lopes

Somos qualificados para testemunhar de Cristo?

Somos qualificados para testemunhar de Cristo?
Paulo ao escrever a dois jovens colaboradores, Timóteo, em Éfeso, e Tito em Creta os encoraja e orienta quanto a ter uma liderança que não force caminho, que não seja tirânica. Encoraja-os a uma trajetória marcada pela simplicidade. Tudo o que Paulo havia aprendido agora passava adiante. Paulo entendia que uma liderança espiritual desorientada e malformada resulta em prejuízo para as pessoas. Paulo, em sua vida e em suas cartas, mostra a maneira correta de lidar com a questão.
Paulo começa sua carta a Timóteo afirmando que Cristo é nossa viva esperança. Em 2 Timóteo ele pede que o jovem passe adiante o que tinha ouvido de Paulo. Orienta-o a animar e encorajar os outros como fez Jesus quando a situação se complicava. Paulo exorta Timóteo a advertir o povo a respeito daqueles que ficavam procurando defeito em tudo e em todos e só prejudicavam a fé com esta atitude. Esta atitude segundo Paulo não ajuda em nada (2 Tm 2. 14-18). Aconselha o jovem a ficar longe de conversas com ar de religiosidade que são apenas conversas. Paulo sabia que palavras não são apenas palavras. Se não tem suporte de uma vida reta, elas envenenam a alma (2 Tm 2. 17-18).
Paulo aconselha a Timóteo a se tornar um “recipiente” que Deus possa usar para oferecer o que há de melhor a seus convidados e, assim, abençoá-los. Que Timóteo caminhe com pessoas honestas e sinceras. Aconselha a não se envolver em discussões sem sentido, mas que seja gentil, calmo, firme, paciente, pois não sabia como e quando Deus tornaria sóbrio com uma mudança de coração os que estavam desorientados.
Certa vez ensinando as Escrituras a adolescentes disse a eles que Paulo estava dizendo o seguinte a Timóteo: “Não diga nada a respeito de ninguém, pois Deus pode decidir salvá-los e você ficará em situação complicada por causa de sua língua”.
No terceiro capítulo de 2 Timóteo ele começa a falar de tempos difíceis. Ele exorta a Timóteo a não ser ingênuo, pois à medida que o fim se aproximasse os homens se tornariam egocêntricos, loucos por dinheiro, fanfarrões, arrogantes, profanos, sem respeito por seus pais, cruéis, grosseiros, interesseiros sem escrúpulos, irredutíveis, caluniadores, sem autocontrole, selvagens, cínicos, traiçoeiros, impiedosos, vazios, viciados em sexo e “alérgicos” a Deus. Paulo diz a Timóteo que no fim os homens fariam da religião um espetáculo, mas nos bastidores se comportariam como animais. Paulo adverte a Timóteo, dizendo: “Fique longe deles!” Pois essa gente entra sorrateiramente nas casas de mulheres ins táveis e carentes e tiram proveito delas; mulheres deprimidas pela própria vida de pecado se apegam a qualquer modismo religioso que se denomine “verdade”. Paulo diz que são mulheres exploradas, mas nunca aprendem que estes homens são trapaceiros, que renegam a fé e são enganados pelos próprios pensamentos desafiando a verdade.
Paulo então encoraja Timóteo dizendo que ele era um bom discípulo, pois seu viver refletia os ensinos de Paulo, seu estilo de vida, sua orientação, sua fé, sua constância, seu amor, sua paciência e como enfrentava os problemas e sofrimentos refletia tudo o que Paulo havia ensinado.
Paulo pede a Timóteo que não se intimide por homens inescrupulosos que exploram a fé, mas que são tão enganados quanto às pessoas que eles enganam. Timóteo deveria perseverar no que ouviu e aprendeu de Paulo. Ele deveria meditar nas Escrituras Sagradas, pois ela mostra o caminho para salvação por meio da fé em Cristo. Escritura que inspirada por Deus e útil para mostrar a verdade, denunciar a rebelião do ser humano, corrigir seus erros, ensinar como viver o caminho de Deus, pois por meio da Palavra somos unidos e moldados para as tarefas que Deus deseja nos incumbir.
Meus irmãos, Deus está em nossa retaguarda. O próprio Cristo é o Juiz, com a palavra final sobre todos, vivos e mortos. Ele está para se manifestar com o Reino. Portanto, intensifiquem o trabalho de divulgação da Mensagem e sejam vigilantes. Desafie, advirta e insista com seus ouvintes. Não desista! Use uma linguagem compreensível.
Poucos serão os que terão estômago para o ensino sólido. As pessoas irão se encher de alimento espiritual estragado. Mensagens cativantes que combinam com suas fantasias. É chegado um tempo em que as pessoas virarão as costas para a verdade, pois irá trocá-la por ilusão. Mas nós devemos estar atentos ao que fazemos. Encare os tempos difíceis se juntando a gente séria. Mantenham a mensagem viva. Faça tudo com excelência para o Senhor.
Oferte sua vida no altar de Deus! Conserve a fé por todo o caminho. Submetam-se ao Senhor, pois Ele é um juiz honesto. Ele vai fazer o que é certo não apenas para você, mas para todos os que estão perseverando na fé.
Muitos dos que caminham com você hoje estarão muito em breve correndo atrás de novidades, mas você permaneça! “Agasalhem” a outros que perseveram. Abençoe-os com boas literaturas, escrevam mensagens de encorajamento. Cuidem bem uns dos outros. Cuidado com o orgulho, pois este sentimento de aparente prazer e satisfação ao entrar no coração faz com que este deixe a simplicidade passando a confiar em suas próprias convicções. O orgulho corrompe a sabedoria e enche o coração de maldade e a queda se torna inevitável. Evitem a religião de aparências e a confusão praticada pelos que se denominam sábios, pois quando somos enredados em muita conversa podemos perder a essência da fé.
Que a graça transbordante guarde vocês!
Regina Lopes

Livro "Suas Palavras São Fonte de Bênção?"

quarta-feira, 16 de novembro de 2011








   Este livro, escrito por um pastor, escritor e conferencista, mostra o outro lado dessa questão. Podemos aprender a lidar com nossas palavras, tornando-se instrumentos de Deus para edificar, abençoar, unir e restaurar vidas. Leia este livro e aprenda com a experiência do autor a ser um proclamador de bênçãos. Deixe de lado a fofoca, a contenda, a murmuração e seja um vaso de bênçãos nas mãos do Senhor. (Wilson de Souza)

Autor: Wilson de Souza
Paginas: 144
Formato: 13,5 x 21
Acabamento: Brochura

O cuidado com que se administra a vida

segunda-feira, 17 de outubro de 2011




Degradação - Pr. Josemar Bessa

domingo, 16 de outubro de 2011

Reflexão sobre o Sofrimento

quinta-feira, 14 de julho de 2011


Reflexão sobre o Sofrimento

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Debruçada sobre uma poesia de Fernando Pessoa (A Tabacaria) pensando em utilizá-lo como texto disparador em uma aula, lembrei-me de certa pessoa que me procurou. Ela relatou ter sofrimento um rompimento há dois anos e desde então tem estado apática.
O sofrimento é natural e natural é tudo aquilo que não foi acrescentado, faz parte da condição humana. O sofrimento está em mim, está em você. Nós o experimentamos de forma pequena, de forma grande, pois nós somos limitados.
O nosso limite é tão grande que nós não sabemos viver sem o outro, por esta razão nós sofremos quando o outro vai embora da nossa vida. A condição de limite nos faz pensar o outro como parte de nós.
Eu, porque sou limitada, porque tenho limites, preciso amar, pois o amor nasce do limite, quando nós reconhecemos que nós não damos conta da vida sozinhos. Talvez seja por isso que doa tanto no coração do ser humano no momento em que se é traído por aqueles a quem se ama. Talvez seja por isso que doa tanto no coração do ser humano no momento em que o ser trai a quem amam, pois quando o ser humano é traído ele fica ainda mais limitado.
O amor do outro faz o ser humano viver a experiência do complemento. O ser humano se torna maior porque outro ser o ama, e cada ser humano fica maior quando ama alguém. Por esta razão o sofrimento é natural À saudade é uma concretização do limite: “Eu sinto tanto a sua falta”. Saudade de pai e mãe é uma das coisas mais doídas que nós podemos viver na vida. A certeza de que eles velam por nós nos fazem pessoas felizes.
É difícil ficar distante – é o complemento que nos falta. A saudade nos ajuda a compreender o quanto nós amamos. Retire uma pessoa de sua vida, pense sua vida sem esta pessoa e você irá descobrir o quanto você a ama. É experiência de limite. O amor é sofrimento e quanto mais nós mergulhamos na capacidade de amar, maior será a nossa sensibilidade para o sofrimento.
Talvez você pergunte: “Então quanto mais nós amamos, mais nós sofremos”? Eu lamento informar que sim. Pois a experiência de amar é a experiência de tocar o limite, por esta razão o sofrimento está tão atrelado ao amor.
Nós não sofremos quando nós não amamos. Não há causas para sofrer quando você não ama, mas eu lhe pergunto: É possível viver nesta vida sem o envolvimento do amor? Penso que não seja possível.
Nós nos experimentamos limitados o tempo todo e o tempo todo nós estamos precisando de alguém do nosso lado – alguém que olhe em nossos olhos e diga “eu estou aqui”. Alguém que segure nossa mão na hora de atravessar o túnel. É o momento em que nós mergulhamos na mais bonita aventura humana – é quando nós reconhecemos “eu preciso de você”. Quando a vida vai te apertando tanto que não resta outro grito: “eu preciso de você”.
Talvez seja por esta razão que nos momentos de maiores apuros na nossa vida o primeiro nome que nós gritávamos era “mãe”, pois é a primeira experiência de complemento que você tem. Mãe é alguém que te “expulsou” para que você nascesse e alguém que começou a dar sentido a sua capacidade de amar. Amor de complemento - e depois nós vamos passando pela experiência de amar outras pessoas porque um dia você foi amado.
E porque somos amados,  o sofrimento faz parte da nossa vida. Não há amor sem sofrimento e não há sofrimento sem amor. Por esta razão nós não podemos criar dentro de nós uma ilusão: “A partir de hoje a minha vida vai ser linda. Não vai haver dificuldades”.
Infelizmente esta notícia nós não podemos dar aos amantes. As pessoas que verdadeiramente amam nesta vida sofrem por grandes causas. Elas não são indiferentes ao sofrimento  dos que estão do lado e por isso Jesus convida o tempo todo seus amigos a viverem a experiência do amor.
O sofrimento de Jesus foi porque nos amou. Ele não sabia ficar indiferente as pessoas. Seja honesto com você. O momento em que você mais sofreu, foi o momento em que você mais amou ou que você identificou o amor traído ou o amor ausente.
É seu! É sua riqueza! O meu grande desejo é que você ao ler este texto tenha coragem de abrir a sua caixa de sofrimento e vê que a caixa não é tão feia assim. Ela está cheia de amores. Ela está cheia de situações bonitas que você precisa reorganizar e que estão aparentemente embrulhadas em papéis estranhos. O sofrimento costuma embrulhar com papel estranho aquilo que é bonito.
Talvez você diga: “Mas não é bonito ver partindo alguém que nós amamos”. É sim. Pois naquele momento em que ela está partindo – que é um processo naturalíssimo da vida, você está identificando que um dia alguém extraiu o que você tinha de melhor.
Nós não choramos por quem não fez a diferença em nossa vida. Se você está sofrendo por alguma causa é porque isto é importante para você. Por isso nós não podemos desprezar a matéria do sofrimento. Por isso nós não podemos fechar a porta e dizer: “Aqui você não entra”.
Como não entra, se ele está justamente parado na porta para mostrar aquilo que você tem de mais precioso?
Há um livro de Fábio de Melo que li há uns três anos atrás e ele começa com a seguinte frase: Quando o sofrimento bater á sua porta é melhor abrir. Resistir ou negá-lo é apenas um jeito de fugir do que mais cedo ou mais tarde você terá que enfrentar”.
Nós não temos como deixar de sofrer porque nós não temos como deixar de amar. E se você tivesse que passar hoje pelo processo de escolha, muito provavelmente não iria querer deixar de amar.
Quando pensamos nas melhores coisas da vida descobrimos que para elas serem boas de verdade, nós precisamos ter alguém do nosso lado (e as piores também). Seja para viver a alegria extrema, ou seja, para viver a dor extrema. Nós precisamos de pessoas ao nosso lado dizendo: “eu estou aqui”.
Nós não temos como mudar esta perspectiva. O sofrimento nasce do limite – o limite nos esbarra o tempo todo. Seja por uma enfermidade, por uma traição, porque sente dor, pela partida, porque deseja aprisionar o outro. O limite está aí.
Num instante você acorda e a vida não é mais do jeito que você queria. Num instante as pessoas que você ama vão embora. Num instante as pessoas morrem de maneira trágica e nós ficamos aqui com a vida precisando dar um jeito nela. É o parto novamente! É a nossa experiência de estar mais uma vez no útero da vida sofrendo o processo da contração e a vida nos expulsando. E agora? O que você vai fazer?
 Chegamos ao primeiro ponto: Nós não podemos mudar o fato de ter que sofrer. Você não pode mudar o fato de ter que sofrer. Então nos chega uma pergunta: Se nós vamos ter que sofrer nesta vida, então nós precisamos descobrir como sofrer. Não é tanto porque sofrer, mas como sofrer.
Quantas vezes você se pergunta: Meu Deus porque estou sofrendo tanto assim?
Você já conseguiu chegar a alguma resposta? Nem sempre! Nem sempre nós encontramos respostas para as causas dos nossos sofrimentos. Nem sempre nós conseguimos chegar à resposta do porque a dor bateu a nossa porta. Agora eu pergunto: Se você não pode chegar à resposta – (ou se chegar não vai adiantar muita coisa). Não alivia o sofrimento. Então qual seria a outra pergunta que nós poderíamos fazer?
Nós não temos como mudar a dor. Ela está aqui. Batendo a nossa porta, então agora nós precisamos descobrir como sofrer. Não adiantará muito você alimentar o sofrimento com perguntas inférteis.
Quantos seres humanos se alimentam de perguntas inférteis: “Porque isto aconteceu?” Quanto mais insistem no “porque”, menos razões encontram para continuar vivendo, pois o poder do “porque” é justamente neutralizar a solução.
Algo ruim alcança o ser humano e ele não para de pensar naquilo: “porque isto aconteceu, porque comigo, porque ele fez isto? ”.
O por que é uma pergunta natural diante da vida. Nós somos filósofos desde o início. Este é o tema principal da Filosofia. Quando nós éramos crianças nós vivíamos perguntando “porque”. Nós queremos saber a razão de tudo e muitas coisas nós podemos encontrar as respostas – é matemático, é científico, é lógico, mas existem momentos em que não conseguimos chegar a nenhuma resposta, pois esta resposta não existe. E o que o ser humano faz no momento em que não tem respostas? Sofre.
É limite. Não saber o por que coloca dentro do ser humano uma pergunta lhe faz sofrer. Mas o grande problema é que perguntar o “porque” não alivia a dor. Você conheceu alguma pessoa que ficou curada perguntando “porque”?
Existem momentos em nossas vidas que não combinam com perguntas. Não há nenhuma pergunta que seja capaz de responder uma tragédia. Não há pergunta que possa dar conta de aliviar o coração de uma mulher que perde um filho.
O que você precisa fazer é parar de perguntar, pois quanto mais você pergunta, mais distante você fica do consolo que poderia encontrar. Quanto mais você se pergunta o por que da tragédia, menos possibilidade terá de continuar a vida. Perde-se a capacidade de persistir.
O por que só serve para fechar o ser humano egoisticamente em si mesmo e fazendo a pergunta infértil o ser humano jamais resolverá dentro de seu coração o conflito que as tragédias promovem.
O mais honesto é sofrer o que tem a sofrer, mas permitir que a vida continue.  A causa de muitos sofrimentos está em justamente não permitir que a vida prossiga.
Tenho estudado sobre sofrimento e suicídio nas empresas devido a duas apresentações que farei e penso que o ser humano tem estacionado o seu “trem” na estação triste e não partem. O trem não parte e as pessoas que estão no mesmo vagão estão precisando viver e este ser humano não tem permitido que o trem siga seu curso, que prossiga.
As pessoas são acorrentadas no sofrimento do outro, pois a partir do momento em que nós nos recusamos a superar o sofrimento que nos envolve, nós fazemos sofrer todos os que estão a nossa volta, pois os que nos amam também sofrem porque nós estamos sofrendo.
Por esta razão a reação mais justa, mais honesta diante do sofrimento é a superação. Sempre!
Organize o seu luto. Chore a sua dor de perder. Organize a sua tragédia, mas continue vivendo. Olhe nos olhos de quem ficou. Olhe ao seu redor e descubra os motivos pelos quais ainda você pode continuar a vida. O sofrimento que visita o coração do ser humano não pode ser causa de ruina. Ele precisa ser causa de ensinamento.
Quantos seres humanos que são incapazes de administrar o luto. Desarrumam tanto suas “casas” que não sabem mais o que fazer com ela.
Desde que nascemos ninguém nos prometeu que a vida seria fácil. Ninguém nos iludiu dizendo que a vida seria simples, mas o que acontece com o ser humano que parece nunca está pronto para sofrer? Parecem que nunca estão prontos para dar a volta por cima.
Penso que a razão seja a imaturidade. O ser humano está cada dia mais imaturo. A imaturidade está prevalecendo tanto, o ser humano muitas vezes é “anão” afetivamente. Crescem no tamanho, mas não crescem na capacidade de estabelecer o pacto com a vida aconteça o que acontecer.
E nós identificamos as pessoas interessantes no mundo à medida que nós descobrimos pessoas que foram capazes de superar e permanecer de pé. Seres humanos que não se curvam diante da dor, seres humanos que não permitem que a vida os sepultem. Seres humanos preparados, seres humanos que sabem perder, seres humanos que sabem encarar o sofrimento, seres humanos que fazem de sua tragédia o ponto de partida e não o ponto de chegada, seres humanos que aprenderam a subir o calvário, pois o calvário é justamente o lugar de purgar tudo o que é excessivo no ser humano.
Quando os seres humanos não se esforçam para superar a sua dor, eles aprisionam outros no mesmo sofrimento. O sofrimento pode despertar o que o ser humano tem de mais egoísta.  Quantas pessoas se tornam interessantes quando tomam a iniciativa de não permitirem que o sofrimento seja o ponto de chegada. Não permitem que a vida os suputem mais do que a própria morte.  O poeta Mia Couto disse certa vez: "Para alguns,  a vida sepulta mais que a morte. ”. 
Quando o ser humano não dá conta da vida, quando não dão conta de olhar para as dificuldades que tem, quando não encaram seus limites de forma positiva, quando se curvam as suas fraquezas, as suas fragilidades, quando criam este espírito de vítima, de gente “coitadista” (uma expressão de Augusto Cury) e seguem proclamando o que a vida fez com eles.
Por favor, compreenda o que direi: Eu não estou interessada naquilo que a vida fez com você. A mim interessa o que você pode fazer com a vida.
O que a vida fez com você, eu não tenho como mudar e eu ainda não encontrei nenhum ser humano que seja capaz de mudar o que a vida fez. Isto é passado. Nós não temos como “levantar o muro”, nós não temos como evitar a tragédia, não temos como fazer o tempo voltar. Quem me dera ter este dom!
Você não tem como mudar o seu passado. Não tem como mudar o que te aconteceu. Cada ser humano carrega em si marcas profundas de sofrimentos passados, de coisas que aconteceram, mas alguns ainda hoje são levados pelo cabresto.
Se não for compreendido de maneira correta, o sofrimento se transforma em cabresto. Aquela corda que puxa o animal dando direção para onde o dono deseja. O cabresto do cavalo firma nas duas partes da cara e se o dono deseja que ele vire para a direita, então a corda é puxada para a direita, se deseja que vire para a esquerda, então a corda é puxada para a esquerda. Quantos seres humanos no cabresto do sofrimento, pois não foram capazes de assumir a autoria da vida no momento da dor. Preferiram ficar perguntando “porque”.
Sabe por que ainda não chegou à resposta depois de dois, três, vinte anos? Porque ainda não fez a pergunta certa!  Ficam na pergunta equivocada e jamais chegarão à resposta porque a sabedoria nos ensina que ao invés de perguntar por que está passando por esta situação, deveriam se perguntar “como eu passarei por isso agora”. É desafio de gigantes!
Se desejarmos ser gente, precisamos olhar para a vida com coragem, de frente. Chega de seres humanos fracassados! Chega de gente indisposta para assumir a vida! É assustador o despreparo humano no mundo de hoje. Seres humanos jogam para cima com facilidade os problemas que são seus e tudo porque querem uma vida “bonitinha, organizada, feliz”.
Fábio de Melo  diz que “sofrer é como experimentar as inadequações da vida. Elas estão por toda parte. São geradas pelas nossas escolhas, mas também pelos condicionamentos dos quais somos vítimas. Sofrimento é destino inevitável, porque é fruto do processo que nos torna humanos”. Para mim o grande desafio é fazer outros seres humanos (seja no hospital, nas empresas, nas escolas e até mesmo na igreja onde congrego) identificar o sofrimento que vale a pena ser sofrido e sofrer da maneira certa.

Até breve!
Regina Lopes

 
 
 

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