Tempos Difíceis

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010


https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpFX3klaBqbzFmOdqWWb6UH1ouktbq5eUe6r57BdXMEqm5R-k2sa3AcB32wlwS-oKDLwpRC9VadoRmFRGnHt2rcrfzhFB1dFv6jvxHKuHcDy4trNPrBwb6R7kiY8tKzVcYQFiqMjLfao8/s320/tempos_dificeis(dreamers).jpgOs cristãos estão vivendo tempos difíceis. Descontentamento, decepção, desconforto, desencorajamento, desespero, depressão, divórcio, discórdia, desdém, desgosto, dissensão e desobediência são bastante comuns entre os que foram chamados para dar testemunho da glória de Deus e para refletir a imagem de Cristo. Muitos cristãos têm buscado conselheiros profissionais e psicólogos para ajudá-los a resolver os problemas da vida, mas esses problemas parecem estar aumentando.
Os "consumidores" cristãos carregados de problemas também podem escolher entre uma grande quantidade de produtos: livros, conferências e grupos de auto-ajuda – mas os problemas continuam se multiplicando. Quanto mais se trata dos problemas, mais as pessoas se tornam centradas neles. Até aqueles que tentam resolver os problemas da vida com princípios bíblicos, muitas vezes acabam se envolvendo tanto nesses problemas que não alcançam a raiz da dificuldade real. O tratamento dos problemas freqüentemente alcança somente os sintomas superficiais, apenas substituindo-os por outros sintomas. Alguns cristãos vivem de crise em crise. Outros carregam um peso que parece ficar mais e mais pesado com o passar dos anos.
Nunca houve tantos livros disponíveis para os cristãos na sua busca da família perfeita, do casamento perfeito e da vida perfeita. Não obstante, muitos cristãos falham em refletir a imagem de Cristo em sua família, no casamento e na vida. Será que as dificuldades que os cristãos enfrentam estão relacionadas com o fato deles estarem vivendo naqueles tempos difíceis sobre os quais Paulo alertou a Timóteo? "Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas..." (2 Tm 3.1-2). A Edição Revista e Corrigida diz:"Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos..."
As pessoas estão perecendo por causa do amor – do amor a si próprias. Elas foram ensinadas pelos especialistas modernos em psicologia que deveriam amar a si mesmas. Elas ouviram que, a menos que se amassem, elas não poderiam amar aos outros. Pregadores e outras pessoas bem-intencionadas fizeram ecoar as palavras: "você precisa se amar". Conselheiros e televangelistas insistiram: "Ame-se! Goste de si mesmo! Honre-se! Você merece!" Cada vez mais essas tentações de auto-comiseração ou exaltação do ego são sutil e facilmente aceitas pelas pessoas, pois o coração é enganoso (Jr. 17.9).
Mas, observe o que procede de pessoas que são "amantes de si mesmas". Esses homens "egoístas" são: "avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus" (2 Tm 3.2-4).
Uma rápida observação das palavras que seguem "amantes de si mesmas" revela um estado de vida bastante pecaminoso, assim como atitudes e atos pecaminosos. Tal amor a si próprio é tão poderoso que os "amantes de si mesmos" são "mais amigos dos prazeres que amigos de Deus". E isso está em profunda contradição com o Grande Mandamento: "Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mt 22.36-39).
Enquanto que os propagadores do amor a si próprio tentam ler um terceiro mandamento (ame-se a si mesmo) nessa passagem das Escrituras, Jesus deixou claro que estava falando de apenas dois mandamentos, pois disse: "Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas" (Mt 22.40). Não há nas Escrituras um mandamento para amar a si mesmo.
Os homens são infelizes e sofrem com os problemas da vida porque se tornaram "amantes de si mesmos" e "mais amigos dos prazeres que amigos de Deus". A inclinação pecaminosa do ser humano é amar a si mesmo mais do que a Deus e às outras pessoas. O egoísmo se agarra à natureza humana e produz inveja, luxúria, orgulho, arrogância, desrespeito por Deus, desobediência aos pais, falta de gratidão, engano, provocando tanto a paixão pelos seus próprios caminhos quanto a contenda por causa deles. Ele leva também a falsas acusações, que são exageradas, já que as pessoas têm sido encorajadas a culpar seus pais, as circunstâncias, e a qualquer outra coisa, menos a si mesmas, pela sua condição de vida.
Será que as pessoas estão tentando desenvolver-se, melhorando a si mesmas e às circunstâncias em que vivem, sem tocar na raiz do problema? Será que o amor a si próprio está escondido sob os mais benevolentes gestos e por trás das orações mais fervorosas? Que tipo de crescimento pessoal as pessoas estão procurando? O crescimento pessoal que vai aumentar sua auto-estima, ou o crescimento pessoal que envolve negar a si mesmo e tomar a sua cruz? O crescimento pessoal que vai confirmar o valor de seus próprios egos, ou o que as tornará semelhantes à imagem de Cristo?
Ambas as formas de crescimento, tanto a que se inclina para o amor a si mesmo quanto a que se inclina para amar a Deus, têm um custo elevado. Amar a si mesmo mais do que amar a Deus leva a uma perda espiritual, mas amar a Deus com todo o seu ser leva a negar o "eu" e faz com que o efeito mortal da cruz se faça sentir contra o velho homem (aquele "eu" ao qual muitos de nós ainda estão agarrados e amam), que deve ser considerado morto (Rm 6).
Jesus disse: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará. Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se ou a causar dano a si mesmo?" (Lc 9.23-25).
O mesmo Deus que salva e santifica também ordenou que as boas obras sejam uma conseqüência natural da Sua obra: "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas" (Ef 2.8-10). Essas boas obras incluem amar a Deus de todo o coração, de toda a alma, de todo o entendimento e a obediência a Ele, pois o amor a Deus é expresso obedecendo-Lhe e amando-se uns aos outros. Uma pessoa não é salva nem se santifica pelas boas obras. Entretanto, as boas obras são conseqüência do que Deus já fez e continua a fazer. Por isso, Paulo diz: "Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade" (Fp 2.12-13).
Além disso, todas essas coisas devem ser feitas sem murmurações nem contendas (Fp 2.14), ou seja, sem reclamar ou discutir com Deus sobre as circunstâncias da vida e como proceder na presença dEle.
Por toda a caminhada cristã há o despojar-se dos velhos caminhos (do velho homem com suas paixões enganosas) e o revestir-se do novo homem, "criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade" (Ef 4.24).
Essa é a caminhada diária do cristão. Despojar-se do velho homem é o equivalente a negar a si mesmo, e revestir-se do novo homem envolve tomar sua cruz e seguir a Cristo.
Se bem que muitos cristãos podem concordar em princípio, quantos estão fazendo isso diariamente, momento após momento? Quantos de nós estão confiando no Senhor o suficiente para tomarmos a nossa cruz, reconhecendo-O em todos os nossos caminhos e deixando-O afastar-nos do amor-próprio para amá-lO de todo o coração, de toda a alma, de todo o entendimento e de toda a força, amando-nos uns aos outros tanto quanto nós nos amamos a nós mesmos? Cada dia é cheio de oportunidades para amar a Deus ou para amar o "eu" em primeiro lugar. Qual vamos escolher? (Martin e Deidre Bobgan, PsychoHeresy Awareness Letter 3-4/2000 – traduzido por Jarbas Aragão
Martin e Deidre Bobgan

Sou Escolhida



 http://www.overmundo.com.br/_banco/multiplas/1242264197_vbn.jpg "As aulas estavam em andamento e tudo ia bem... até que chegou a hora de as equipes serem escolhidas. Enquanto as capitãs das equipes chamavam os nomes das suas jogadoras, o ar ficou pesado - pelo menos para uma tímida adolescente que era tudo, menos ágil. "Ó Deus, eu detesto ser escolhida por último. Por favor, que alguém me escolha."
Você já sentiu desejo de que alguém a escolhesse porque não se sentia desejada... ou necessária? Filha de Deus, o Senhor escolheu você "antes da criação do mundo" (Efésios 1.4). Ele a escolheu apenas porque a queria para si - não por causa de sua força, conhecimentos ou capacidade. Não temos nenhum crédito ou mérito em sermos escolhidas. Jesus declara: "Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi" (João 15.16).
Há muitos anos outro adolescente enfrentou ser escolhido. O Senhor enviou o profeta Samuel a Jessé de Belém, dizendo: "Escolhi um de seus filhos para fazê-lo rei" (1Samuel 16.1). Que honra inescrutável para uma família! Mas, depois que Samuel examinou os sete filhos de Jessé, ele disse: "O Senhor não escolheu nenhum destes... Estes são todos os filhos que você tem?" (vv. 10,11). Bem, havia Davi, o mais jovem. Mas ele estava ausente cuidando das ovelhas - e certamente não era "material para rei"! Sob a insistência do profeta, contudo, o rapaz foi trazido. Imediatamente o Senhor disse a Samuel que escolhesse Davi, "e, a partir daquele dia, O Espírito do SENHOR apoderou-se de Davi." (v.13).
Na mais crucial batalha, depois que Golias aterrorizou completamente o exército de Saul, Deus usou o jovem e inexperiente rapaz como o homem do momento. Imagine o espanto dos israelitas quando viram Davi "sem armadura" se aproximando de Golias. Como esse adolescente podia estar tão confiante na vitória? Davi conhecia um princípio simples: quando Deus escolhe alguém para fazer um serviço, Ele também o capacita para fazê-lo. Em questão de alguns minutos, Davi, com as mãos nuas, matou o titã de quase três metros de altura. Seu segredo? Ele conhecia a fonte verdadeira do poder, declarando antes da confrontação: "Pois a batalha é do Senhor." (1Samuel 17.47).

June Hunt

Andando na Luz

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010


https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeTFObErq5oMbKBssbba1oLeV6hxmqm_sp_s1Dy4WH27KX36DIWZYO3133z0Y2tOfIWx412zpDfr5TnOzcDe1n1OsjBbLfsHZAEkdgT81oGMhlDjy5TAQlO4ux0HIQ5vmLgo8vAP6aOA/s320/luz+no+fundo+do+tunel+(2).jpg"Se, porém, andarmos na luz como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado." (1 João 1.7)
Certa vez, quando me encontrava sobre o Atlântico voando para casa após uma série de conferências nos Estados Unidos, notei claramente: quando se voa da América para a Europa, vamos em direção à luz, uma vez que, no continente europeu, onde vivo, o dia amanhece sete horas antes. Durante o vôo, notei de repente que deixávamos para trás a escuridão, negra como betume, e voávamos diretamente para dentro da luz do dia.
Espiritualmente, como é importante para um filho de Deus que seu caminho vá em direção à luz e não em sentido contrário! E é igualmente importante na sua e na minha vida de fé que fujamos da escuridão. "Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor." Fuja da escuridão! O Senhor fala que Seu servo Jó "se desvia do mal". Este é um segredo da vitória: escapar e fugir do mal e se colocar na presença do Senhor Jesus, que a tudo ilumina. Apresse-se em direção à luz! Fuja da escuridão, pois o Senhor em breve virá!
Extraído do livro "Pérolas Diárias" (de Wim Malgo)

O Homenzinho da Rua George

O homenzinho da Rua GeorgeAlguma vez você já se perguntou o que resulta da distribuição de folhetos? O relato abaixo, do pastor Dave Smethurst, de Londres, responde essa pergunta:
“É uma história extraordinária a que eu vou contar. Tudo começou há alguns anos em uma Igreja Batista que se reúne no Palácio de Cristal ao Sul de Londres. Estávamos chegando ao final do culto dominical quando um homem se levantou em uma das últimas fileiras de bancos, ergueu sua mão e perguntou: “Pastor, desculpe-me, mas será que eu poderia dar um rápido testemunho?” Olhei para meu relógio e concordei, dizendo: “Você tem três minutos!” O homem logo começou com sua história:
“Mudei-me para cá há pouco tempo. Eu vivia em Sydney, na Austrália. Há alguns meses estive lá visitando alguns parentes e fui passear na rua George. Ela se estende do bairro comercial de Sydney até a área residencial chamada Rock. Um homem baixinho, de aparência um pouco estranha, de cabelos brancos, saiu da entrada de uma loja, entregou-me um folheto e perguntou: ‘Desculpe, mas o senhor é salvo? Se morrer hoje à noite, o senhor irá para o céu?’ – Fiquei perplexo com essas palavras, pois jamais alguém havia me perguntado uma coisa dessas. Agradeci polidamente pelo folheto, mas na viagem de volta para Londres eu me sentia bastante confuso com o episódio. Entrei em contato com um amigo que, graças a Deus, é cristão, e ele me conduziu a Cristo”.
Todos aplaudiram suas palavras e deram-lhe as boas-vindas, pois os batistas gostam de testemunhos desse tipo.
Uma semana depois, voei para Adelaide, no Sul da Austrália. Durante meus três dias de palestras em uma igreja batista local, uma mulher veio se aconselhar comigo. A primeira coisa que fiz foi perguntar sobre sua posição em relação a Jesus Cristo. Ela respondeu:
A rua George, em Sydney.

“Morei em Sydney por algum tempo, e há alguns meses voltei lá para visitar amigos. Estava na rua George fazendo compras quando um homenzinho de aparência curiosa, de cabelos brancos, saiu da entrada de uma loja e veio em minha direção, ofereceu-me um folheto e disse: ‘Desculpe, mas a senhora já é salva? Se morrer hoje, vai para o céu?’ – Essas palavras me deixaram inquieta. De volta a Adelaide, procurei por um pastor de uma igreja batista que ficava perto de minha casa. Depois de conversarmos, ele me conduziu a Cristo. Assim, posso lhe dizer que agora sou crente”.
Eu estava ficando muito admirado. Duas vezes, no prazo de apenas duas semanas, e em lugares tão distantes, eu ouvira o mesmo testemunho. Viajei para mais uma série de palestras na Mount Pleasant Church em Perth, no Oeste da Austrália. Quando concluí meu trabalho na cidade, um ancião da igreja me convidou para almoçar. Aproveitando a oportunidade, perguntei como ele tinha se tornado cristão. Ele explicou:
“Aos quinze anos vim a esta igreja, mas não tinha um relacionamento real com Jesus. Eu simplesmente participava das atividades, como todo mundo. Devido à minha capacidade para negócios e meu sucesso financeiro, minha influência na igreja foi aumentando. Há três anos fiz uma viagem de negócios a Sydney. Um homem pequeno, de aparência estranha, saiu da entrada de uma loja e me entregou um panfleto religioso – propaganda barata – e me fez a pergunta: ‘Desculpe, mas o senhor é salvo? Se morrer hoje, o senhor vai para o céu?’ – Tentei explicar-lhe que eu era ancião de uma igreja batista, mas ele nem quis me ouvir. Durante todo o caminho de volta para casa, de Sydney a Perth, eu fervia de raiva. Esperando contar com a simpatia do meu pastor, contei-lhe a estranha história. Mas ele não concordou comigo de forma alguma. Há anos ele vinha me incomodando e dizendo que eu não tinha um relacionamento pessoal com Jesus, e tinha razão. Foi assim que, há três anos, meu pastor me conduziu a Cristo”.
Voei de volta para Londres e logo depois falei na Assembléia Keswick no Lake-District. Lá relatei esses três testemunhos singulares. No final da série de conferências, quatro pastores idosos vieram à frente e contaram que eles também foram salvos, há 25-30 anos atrás, pela mesma pergunta e por um folheto entregue na rua George em Sydney, na Austrália.
Na semana seguinte viajei para uma igreja semelhante à de Keswick e falei a missionários no Caribe. Também lá contei os mesmos testemunhos. No final da minha palestra, três missionários vieram à frente e explicaram que há 15-25 anos atrás eles igualmente haviam sido salvos pela pergunta e pelo folheto do homenzinho da rua George na distante Austrália.
Minha próxima série de palestras me conduziu a Atlanta, na Geórgia (EUA). Fui até lá para falar num encontro de capelães da Marinha. Por três dias fiz palestras a mais de mil capelães de navios. No final, o capelão-mor me convidou para uma refeição. Aproveitando a oportunidade, perguntei como ele havia se tornado cristão.
“Foi um milagre. Eu era marinheiro em um navio de guerra no Pacífico Sul e vivia uma vida desprezível. Fazíamos manobras de treinamento naquela região e renovávamos nossos estoques de suprimentos no porto de Sydney. Ficamos totalmente largados. Em certa ocasião eu estava completamente embriagado e peguei o ônibus errado. Desci na rua George. Ao saltar do ônibus pensei que estava vendo um fantasma quando um homem apareceu na minha frente com um folheto na mão e perguntando: ‘Marinheiro, você está salvo? Se morrer hoje à noite, você vai para o céu?’ – O temor de Deus tomou conta de mim imediatamente. Fiquei sóbrio de repente, corri de volta para o navio e fui procurar o capelão. Ele me levou a Cristo. Com sua orientação, logo comecei a me preparar para o ministério. Hoje tenho a responsabilidade sobre mais de mil capelães da Marinha, que procuram ganhar almas para Cristo”.
“Desculpe, mas você é salvo? Se morrer hoje, vai para o céu?”

Seis meses depois, viajei a uma conferência reunindo mais de cinco mil missionários no Nordeste da Índia. No final, o diretor da missão me levou para comer uma refeição simples em sua humilde e pequena casa. Também perguntei a ele como tinha deixado de ser hindu para tornar-se cristão.
“Cresci numa posição muito privilegiada. Viajei pelo mundo como representante diplomático da Índia. Sou muito feliz pelo perdão dos meus pecados, lavados pelo sangue de Cristo. Ficaria muito envergonhado se descobrissem tudo o que aprontei naquela época. Por um tempo, o serviço diplomático me conduziu a Sydney. Lá fiz algumas compras e estava levando pacotes com brinquedos e roupas para meus filhos. Eu descia a rua George quando um senhor bem-educado, grisalho e baixinho chegou perto de mim, entregou-me um folheto e me fez uma pergunta muito pessoal: ‘Desculpe-me, mas o senhor é salvo? Se morrer hoje, vai para o céu?’ – Agradeci na hora, mas fiquei remoendo esse assunto dentro de mim. De volta a minha cidade, fui procurar um sacerdote hindu. Ele não conseguiu me ajudar mas me aconselhou a satisfazer minha curiosidade junto a um missionário na Missão que ficava no fim da rua. Foi um bom conselho, pois nesse dia o missionário me conduziu a Cristo. Larguei o hinduísmo imediatamente e comecei a me preparar para o trabalho missionário. Saí do serviço diplomático e hoje, pela graça de Deus, tenho responsabilidade sobre todos esses missionários, que juntos já conduziram mais de 100.000 pessoas a Cristo”.
Oito meses depois, fui pregar em Sydney. Perguntei ao pastor batista que me convidara se ele conhecia um homem pequeno, de cabelos brancos, que costumava distribuir folhetos na rua George. Ele confirmou: “Sim, eu o conheço, seu nome é Mr. Genor, mas não creio que ele ainda faça esse trabalho, pois já está bem velho e fraco”. Dois dias depois fomos procurar por ele em sua pequena moradia. Batemos na porta, e um homenzinho pequeno, frágil e muito idoso nos saudou. Mr. Genor pediu que entrássemos e preparou um chá para nós. Ele estava tão debilitado e suas mãos tremiam tanto que continuamente derramava chá no pires. Contei-lhe todos os testemunhos que ouvira a seu respeito nos últimos três anos. As lágrimas começaram a rolar pela sua face, e então ele nos relatou sua história:
“Eu era marinheiro em um navio de guerra australiano. Vivia uma vida condenável. Durante uma crise entrei em colapso. Um dos meus colegas marinheiros, que eu havia incomodado muito, não me deixou sozinho nessa hora e ajudou a me levantar. Conduziu-me a Cristo, e minha vida mudou radicalmente de um dia para outro. Fiquei tão grato a Deus que prometi dar um testemunho simples de Jesus a pelo menos dez pessoas por dia. Quando Deus restaurou minhas forças, comecei a colocar meu plano em prática. Muitas vezes ficava doente e não conseguia cumprir minha promessa, mas assim que eu melhorava recuperava o tempo perdido. Depois que me aposentei, escolhi para meu propósito um lugar na rua George, onde centenas de pessoas cruzavam meu caminho diariamente. Algumas vezes as pessoas rejeitavam minha oferta, mas também havia as que recebiam meus folhetos com educação. Há quarenta anos faço isso, mas até o dia de hoje não tinha ouvido falar de ninguém que tivesse se voltado para Jesus através do meu trabalho”.
Aqui vemos o que é verdadeira dedicação: demonstrar amor e gratidão a Jesus por quarenta anos sem saber de qualquer resultado positivo. Esse homem simples, pequeno e sem dons especiais deu testemunho de sua fé para mais de 150.000 pessoas. Penso que os frutos do trabalho de Mr. Genor que Deus mostrou ao pastor londrino sejam apenas uma fração da ponta do iceberg.
O céu conhece Mr. Genor, e podemos imaginar vividamente a maravilhosa recepção que ele teve quando entrou por suas portas.

Só Deus sabe quantas pessoas mais foram ganhas para Cristo através desses folhetos e das palavras desse homem. Mr. Genor, que realizou um enorme trabalho nos campos missionários, faleceu duas semanas depois de nossa visita. Você pode imaginar o galardão que o esperava no céu? Duvido que sua foto tenha aparecido alguma vez em alguma revista cristã. Também duvido que alguém tenha visto uma reportagem ilustrada a seu respeito. Ninguém, a não ser um pequeno grupo de batistas de Sydney, conhecia Mr. Genor, mas eu asseguro que no céu seu nome é muito conhecido. O céu conhece Mr. Genor, e podemos imaginar vividamente a maravilhosa recepção que ele teve quando entrou por suas portas. (extraído de Worldmissions – redação final: Werner Gitt)

Vale a Pena!

“Disse-lhe o Senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor” (Mt 25.21).
Existem muitas organizações que trabalham com literatura cristã. Inúmeros irmãos fazem uso de folhetos, livros, fitas e revistas para divulgar o Evangelho, mas geralmente não vêem o resultado de suas atividades missionárias. Isso pode causar desânimo, e certamente muitos distribuidores de folhetos já se perguntaram: “Será que vale a pena?”
Com freqüência ficamos sabendo de pessoas que se converteram através de um folheto ou de um livro, ou que foram fortalecidas na fé por meio da literatura. Mesmo que jamais saibamos dos resultados de nossa semeadura, eles são prometidos pelo Senhor (veja Is 55.11). Além disso, um obreiro na “seara do Senhor” não é avaliado pelo número de pessoas que se convertem pelo seu trabalho mas por sua fidelidade no trabalho cristão. Também devemos ter sempre em mente que nós não convertemos ninguém. Só Deus é que pode tocar os corações, despertar as consciências e, pelo Espírito Santo, conduzir uma pessoa à fé em Jesus Cristo. O exemplo citado mostra que Ele faz isso em nossos dias e que pode agir através de muito ou de pouco. Que este testemunho anime os distribuidores de folhetos a continuarem semeando com perseverança a boa semente, que certamente dará frutos a seu tempo.

Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, abril de 2005.

Felicidade

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

 
 
Todos anseiam ser felizes. Ser feliz é o desejo mais profundo do coração humano. Por isso, na passagem do ano desejamos um Feliz Ano Novo uns aos outros. Quando alguém casa, desejamos felicidades para o futuro do casal. Alguém que se forma nos estudos também recebe os votos de felicidades para sua vida profissional.
Existem muitas coisas que "trazem felicidade" e que podem ter as mais diferentes formas: para o cavaleiro a felicidade deste mundo está no lombo de um cavalo. Se alguém escapou ileso de um acidente, costumamos dizer que ele "teve a felicidade de não se ferir". Quantos buscam sua felicidade no jogo, na loteria ou no esporte? Outros tentam alcançar a felicidade por meios artificiais. Recentemente lemos em uma revista:
A ânsia pela felicidade e por emoções fortes leva milhões de jovens a estenderem suas mãos para a droga Ecstasy. Mas depois da euforia vem a ressaca – física e emocional... A ânsia por felicidade, por sentimentos intensos e o contato com outras pessoas leva muitos jovens a consumirem a droga regularmente...
A busca da felicidade e da alegria de viver mostra com extrema clareza que o ser humano de modo geral é infeliz. Até as pessoas que parecem ter alcançado tudo o que este mundo pode oferecer em brilho e glória, muitas vezes dão provas de sua infelicidade. O mundo da música e do cinema fala de felicidade, amor e alegria, mas a vida de muitos artistas prova que eles próprios são tudo menos felizes. Todos falam de felicidade, mas tão poucos são felizes.
Onde reside a causa da infelicidade?
Sem Deus, seu Criador, o homem não consegue ser realmente feliz. Enquanto tentar viver longe de Deus, enquanto se esconder de Deus e tentar viver sua vida como se Deus não existisse, ele não conseguirá ser feliz de verdade. Lemos em Judas 16a: "Esses homens são exploradores constantes, eternos insatisfeitos..." (A Bíblia Viva). A causa de toda infelicidade está no pecado! Lemos na Bíblia: "...o pecado traz vergonha e desonra para uma nação" (Pv 14.34b, A Bíblia Viva).
Quanta infelicidade se origina em um caráter desconfiado ou infiel. Quanto sofrimento vem do egoísmo, porque cada um quer viver só para si. Mas quantos são infelizes por serem negligenciados, preteridos, desconsiderados pelos outros. E quantas pessoas vivem infelizes porque carregam uma culpa tão grande, um fardo tão pesado que os faz sucumbir. Davi reconheceu certa vez no Salmo 38: "Pois já se elevam acima da minha cabeça as minhas iniqüidades; como fardos pesados, excedem as minhas forças. Sinto-me encurvado e sobremodo abatido, ando de luto o dia todo. Estou aflito e mui quebrantado; dou gemidos por efeito do desassossego do meu coração. Bate-me excitado o coração, faltam-me as forças" (vv. 4,6,8 e 10a).
Não viver em comunhão com Deus, não ter perdão, ter de conviver com constante sentimento de culpa significa ser infeliz. O ser humano procura preencher esse vácuo se atirando nas aventuras mais extravagantes. Tenta fazer carreira, planeja sua vida até nos mínimos detalhes e busca segurança de todas as formas. Mas em seu coração continua infeliz. O príncipe Talleyrand, cujo patrimônio foi avaliado em 30 milhões de francos, escreveu na véspera de sua morte:
Eis que 83 anos se passaram! Quanta preocupação! Quanta inimizade! Quantas complicações! E tudo sem outro resultado a não ser uma grande inquietação quanto ao passado e uma profunda sensação de desânimo e desespero em relação ao futuro.
O que o ser humano precisa para a verdadeira felicidade?
Ele precisa de um relacionamento com Deus através de Jesus Cristo. Por essa razão o salmista diz: "Tu és o meu Senhor; outro bem não possuo."(Sl 16.2) Chamar a Jesus Cristo de meu Senhor, nisso reside a felicidade permanente. Por isso o salmista continua confessando: "Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente" (v. 11).
O caminho para uma vida plena de felicidade e alegria se chama Jesus Cristo e consiste naquilo que Ele realizou na cruz por nós, que é o perdão dos pecados. Outra passagem da Bíblia diz: "Bem-aventurado aquele cuja iniqüidade é perdoada, cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui iniqüidade" (Sl 32.1-2a). Exatamente para isto Jesus veio a este mundo, morreu na cruz, foi sepultado e ressuscitou dos mortos, para nos colocar outra vez em comunhão com Deus pelo perdão dos pecados. Existe um hino que exprime isso de maneira muito acertada: "Vivo feliz pois sou de Jesus..."
Um hindu muito rico buscava a paz:
Ele se banhava no rio sagrado, fazia peregrinações estafantes – seu coração continuava sem paz. Até que um missionário lhe mostrou a cruz. Aí ele exultou: "Sorvi a mensagem como mel. Agora cheguei ao alvo de todo o meu anseio." (W. B. em "Spuren um Kreuz").
Viver em comunhão com Deus significa ser feliz. Jesus Cristo diz a todos os que crêem nEle: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração" (Jo 14.27b). O que Jesus conquistou na cruz para nós vai muito além daquilo que o mundo poderia nos oferecer. Ele nos trouxe a paz de Deus, perdão dos pecados e vida eterna. Quem vem a Ele e nEle crê recebe uma paz de espírito que não se acaba quando chegam dias difíceis, e que nos dá segurança para o futuro, porque o próprio Senhor é o nosso futuro.
A felicidade que Jesus nos dá não é um constante "andar nas nuvens", uma contínua sensação de bem-estar, livre de todos os desconfortos, mas é a certeza de estarmos abrigados nEle. Seguindo a Jesus, um filho de Deus não é poupado de todos os sofrimentos. Mas a felicidade não consiste exatamente em sabermos que, no meio de todo sofrimento, no meio de toda angústia estamos ancorados em Jesus Cristo? Que nEle temos uma esperança viva e que o sofrimento jamais é o fim, e sim, a vida com Jesus; vê-lO um dia e estar com Ele por toda a eternidade?! A Bíblia diz: "Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor de todas o livra" (Sl 34.19). Todo aquele que se tornou propriedade de Jesus não precisa sucumbir quando vem o sofrimento. Todo filho de Deus tem uma esperança viva que o sustém. E no final, todo verdadeiro cristão estará livre do todo sofrimento e verá ao Senhor Jesus assim como Ele é.
Por isso o Salmo 1.1 diz sobre a verdadeira felicidade: "Como é feliz o homem que não vai atrás da opinião das pessoas desligadas de Deus" (A Bíblia Viva). E o Salmo 34.9 nos anima: "Se você pertence ao Senhor, ame e obedeça a Ele; para quem faz isso nada falta" (A Bíblia Viva). (Norbert Lieth - http://www.apaz.com.br)

Deus não rejeita a quem o invoca



No Salmo 50.15 lemos a maravilhosa promessa de Deus: "...invoca-me no dia da angústia: eu te livrarei, e tu me glorificarás."
Em uma fábrica de tecidos, onde funcionavam teares muito complicados, havia uma placa que dizia: "Se os fios se emaranharem, chame o supervisor". Recentemente aconteceu o seguinte: os fios do tear de uma operária muito dedicada e hábil se enrolaram. Imediatamente ela tentou desenredá-los, mas seus esforços somente tornavam maior a confusão. Finalmente, cansada e mal humorada, ela pediu ajuda ao supervisor.
"Você mesma já tentou separar os fios?", perguntou ele. – "Sim". – "Por que você não me chamou, conforme a norma?" – "Fiz o melhor que pude", respondeu ela. – "Lembre-se, ‘o melhor' em tal caso é me chamar!"
Quantas pessoas neste mundo se assemelham a essa mulher! Elas são honestas, corajosas e trabalhadoras. Elas enfrentam a vida com determinação. Gostaríamos de resolver tudo sozinhos, dar conta dos problemas, pois não nos agrada pedir ajuda aos outros. Esforçamo-nos para encontrar a própria solução. Mas, todos os esforços são em vão. No final, ficamos totalmente desanimados.
Muitas vezes, as circunstâncias acabam se tornando tão difíceis que não conseguimos mais nos desvencilhar sozinhos dos problemas. Quantas vezes um médico já teve de dizer a um paciente: "Mas, porque você não veio antes?"
Quando alguém se encontra em tal situação, a única solução é ir ao Senhor Jesus e invocá-lO. Ele é a resposta a todos os nossos problemas e às muitas confusões provocadas pelo pecado. Sem Ele não podemos fazer nada – nem para nós mesmos, nem para outros. Jesus Cristo diz: "...o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora" (Jo 6.37).

Norbert Lieth

Refúgio e Descanso em Jesus

terça-feira, 26 de janeiro de 2010


 A caverna de Adulão e a sua profundidade profética

http://pralexandreaugusto.files.wordpress.com/2009/06/caverna.jpg"Davi retirou-se dali e se refugiou na caverna de Adulão; quando ouviram isso seus irmãos e toda a casa de seu pai, desceram ali para ter com ele. Ajuntaram-se a ele todos os homens que se achavam em aperto, e todo homem endividado, e todos os amargurados de espírito, e ele se fez chefe deles; e eram com ele uns quatrocentos homens. Dali passou Davi a Mispa de Moabe, e disse ao seu rei: Deixa estar meu pai e minha mãe convosco, até que eu saiba o que Deus há de fazer de mim. Trouxe-os perante o rei de Moabe, e com este moraram por todo o tempo em que Davi esteve neste lugar seguro. Porém o profeta Gade disse a Davi: Não fiques neste lugar seguro; vai, e entra na terra de Judá. Então Davi saiu e foi para o bosque de Herete" (1 Sm 22.1-5).
O Antigo Testamento é um livro que ilustra o Novo Testamento, pois as marcas da cruz perpassam profeticamente a Bíblia toda. Repetidas vezes nossa atenção é despertada pela presença desse fato que é o maior que aconteceu na História da Salvação e em toda a eternidade: a morte de Jesus na cruz do Calvário! E é nessa perspectiva que até na caverna de Adulão e nos fatos que ali se sucederam podemos ver uma ilustração, um exemplo daquilo que o Davi celestial, que é Jesus Cristo, realizou na cruz.
Adulão, lugar da justiça
A palavra Adulão tem dois significados: 1. justiça do povo; 2. refúgio, esconderijo. Essas não são duas maravilhosas alusões à cruz do Calvário e à futura história de Israel? Será feita justiça a Israel, e isso no dia da Grande Tribulação quando o povo judeu se refugiará no Senhor e quando seus olhos virem Aquele a quem haviam rejeitado. A salvação de Israel passa pelo Calvário (Adulão)!
Mas também a nós, que cremos em Jesus Cristo, foi concedida ali a justiça que tem validade diante de Deus. Fomos justificados pelo sangue do Cordeiro (Rm 3.25-26). E na cruz igualmente encontramos refúgio. "O Deus eterno é a tua habitação" (Dt 33.27).
Adulão, lugar de significado profético
"Davi retirou-se dali e se refugiou na caverna de Adulão; quando ouviram isso seus irmãos e toda a casa de seu pai, desceram ali para ter com ele" (1 Sm 22.1). Davi, que no passado nem havia sido valorizado por sua família agora é procurado por ela. Seus irmãos e parentes fogem para ficar junto dele na caverna e de fato acham refúgio em sua companhia.
Séculos depois isso se realizou igualmente na vida de Jesus. Primeiramente seus próprios irmãos não creram nEle (Jo 7.5), assim como os irmãos de Davi não creram em Davi e até o repreenderam. Posteriormente, os irmãos de Jesus passaram a crer nEle (At 1.14) e encontraram refúgio interior em Jesus, como, por exemplo, Tiago, que escreveu a Epístola de Tiago do Novo Testamento.
Isso tem teor profético: os irmãos de Jesus são o povo de Israel. O povo como um todo até hoje ainda não crê nEle. Mas virá o dia em que todo o remanescente de Israel buscará e encontrará refúgio em Jesus (Rm 11.25b-26).
Em Miquéias 1.15, Adulão é mencionado em conexão com a futura redenção de Israel: "...chegará até Adulão a glória de Israel." E em 1 Samuel 22.3-5 lemos: "Dali passou Davi a Mispa de Moabe, e disse ao seu rei: Deixa estar meu pai e minha mãe convosco, até que eu saiba o que Deus há de fazer de mim. Trouxe-os perante o rei de Moabe, e com este moraram por todo o tempo em que Davi esteve neste lugar seguro. Porém o profeta Gade disse a Davi: Não fiques neste lugar seguro; vai, e entra na terra de Judá. Então Davi saiu e foi para o bosque de Herete." Assim como os pais de Davi encontraram refúgio temporário em Moabe, assim, segundo a minha opinião, o remanescente de Israel buscará e achará refúgio em Moabe, ou seja, na Jordânia, durante o tempo da Grande Tribulação quando o anticristo tentará exterminar o povo de Israel. Mas no final o restante de Israel vai encontrar refúgio na "caverna de Adulão", ou seja, no Calvário. Os que restarem do povo de Israel irão se dirigir Àquele que já há 2.000 anos atrás realizou a salvação para todas as pessoas na cruz do Calvário (comp. Zc 14.4-5,8-11).
Adulão, lugar de profundidade insondável
A caverna de Adulão é descrita assim: "É um sistema de corredores sem fim e passagens transversais que ainda não foi explorado por completo." Da mesma maneira jamais conseguiremos perscrutar toda a profundidade e abrangência da cruz. A Páscoa sempre continuará sendo para nós de uma grandeza imensurável. Pesquisamos e nos aprofundamos no assunto e ficamos admirados do que Jesus fez na cruz – e continuam a surgir novos mistérios à nossa frente. Fazemos cada vez mais novas descobertas, mas jamais chegaremos ao seu fim. Pessoa nenhuma pode dizer que já conseguiu explorar essa "Adulão" por completo, pois ela é uma fonte inescrutável de riquezas.
Muitas vezes as preciosidades se encontram, por assim dizer, ocultas em uma caverna. J. Oswald Chambers escreveu certa vez:
Os mais inteligentes pensadores de todos os tempos tentaram entender o significado da morte de Jesus na cruz. Mas ninguém jamais conseguiu chegar à sua profundidade completa. Eles desistiram, como fez Paulo exclamando: "" profundidade da riqueza, tanto da sabedoria, como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!" (Rm 11.33).
Temos algo semelhante escrito em Efésios 1.19: "...e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder." Ou pensemos em Efésios 3.18-19: "a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo (a cruz), que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus."
Adulão, lugar de humilhação
A caverna de Adulão, na qual Davi ficava e onde muitos se escondiam, era um lugar comum, sem nada de especial na sua aparência. Uma caverna não é um lugar agradável. Em geral as cavernas são lugares solitários, escuros e frios, um lugar para sujeira e lixo de todo tipo. De qualquer forma, uma caverna não é lugar digno para um rei, pois nem de longe pode ser comparada com um luxuoso castelo. Se Davi estivesse morando dentro de um majestoso castelo, certamente muito mais pessoas teriam vindo para ficar com ele. Mas até essa caverna só vinham aqueles que realmente precisavam dele.
Davi já havia sido ungido como futuro rei pelo profeta Samuel (1 Sm 16.13), mas estava sendo perseguido e oprimido tão duramente por Saul, rei em exercício em Israel, que se viu obrigado a fugir para uma caverna. Davi foi obrigado a isso pelas circunstâncias, mas o Filho de Deus o fez de livre e espontânea vontade. Pensamos no Senhor Jesus que, mesmo sendo semelhante a Deus, esvaziou-se a Si mesmo, assumiu a forma de servo e foi fiel até à morte, até à morte na cruz (Fp 2.6-8).
Com Davi na caverna de Adulão somos lembrados do Salmo 22 onde é descrito o Salvador sofredor: "Contra mim abrem as bocas, como faz o leão que despedaça e ruge" (v. 13). Jesus – sendo entregue à cruz – se encontrava literalmente na cova dos leões!
Adulão, lugar do rei verdadeiro
Quem é que poderia crer ou imaginar que naquela caverna se encontrava o homem que havia sido escolhido para reinar sobre Israel, homem em quem um dia muitos encontrariam ajuda? Mesmo que Davi tenha começado de maneira tão humilde – esse era o caminho de Deus para ele –, mesmo assim ele era o ungido, o novo rei de Israel. E apesar de não ter sido reconhecido como soberano quando se encontrava nessa situação, ele não deixou de sê-lo.
Vejam como Jesus foi desprezado, cuspido, torturado e escarnecido quando se encontrava dependurado na cruz! Mas mesmo assim Ele continua sendo o homem da salvação, o verdadeiro Rei e o único refúgio para uma humanidade perdida. Pedro testemunhou o seguinte aos fariseus incrédulos: "E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos" (At 4.12). Jesus é o verdadeiro filho de Davi. E Ele é o verdadeiro soberano e senhor do céu e da terra e Rei dos Reis, mesmo que na cruz não tenha sido reconhecido!
Adulão, lugar de refúgio
"Ajuntaram-se a ele todos os homens que se achavam em aperto, e todo homem endividado, e todos os amargurados de espírito, e ele se fez chefe deles; e eram com ele uns quatrocentos homens" (1 Sm 22.2). Que tipo de pessoas vieram a Davi na caverna? Eram pessoas que provavelmente receberam um sorriso condescendente e cheio de pena nas ruas e castelos. Eram criaturas miseráveis, pessoas em angústia, pessoas carregadas de culpa e com um coração atormentado. Mas Davi estava a seu lado! Em sua caverna encontraram refúgio.
Mas quem são os que encontram refúgio na cruz do Calvário?
Pessoas em aperto
Pessoas que não sabem o que fazer consigo mesmas, que chegaram aos seus limites e que perderam o chão firme debaixo de seus pés. E até hoje todos os que se encontram cheios de problemas (logicamente também os que já aceitaram a Jesus como seu Senhor e Salvador) podem ir a Jesus em busca de refúgio e paz na obra consumada do Senhor na cruz do Calvário sempre que precisarem. Podemos ter a certeza de que Jesus é maior que todo e qualquer poder que queira nos oprimir.
Pessoas endividadas
Pessoas que estão cônscias de sua culpa e sabem o quão profundo é o abismo do pecado e que estão convictas do quanto são condenáveis diante do Deus vivo, são essas pessoas que correm em direção a Jesus. Toda e qualquer pessoa que sabe da maldade que existe em seu coração consegue refúgio na "caverna de Adulão", isto é, na cruz do Calvário. Nessa "caverna", a pessoa encontra perdão dos pecados e um Deus misericordioso. Mas para todos os que são cristãos renascidos é válido o que segue: "Filhinhos meus, estas cousas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo; e ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro" (1 Jo 2.1-2).
Pessoas amarguradas de espírito
Quando as sombras da depressão ou as trevas da tentação angustiam a nossa alma, encontramos refúgio, salvação, consolo e paz em Jesus. Como as pessoas devem ter suspirado aliviadas quando entravam na caverna! O Salmo 5.11 fala: "Mas regozigem-se todos os que confiam em ti; folguem de júbilo para sempre, porque tu os defendes; e em ti se gloriem os que amam o teu nome." Em Jesus você está seguro!
Em lugar algum estamos mais abrigados e seguros do que na cruz do Calvário, "...porque ele (Jesus Cristo) é a nossa paz" (Ef 2.14). Toda vez que nos humilharmos diante dEle em arrependimento sincero e confessarmos a Ele os nossos pecados poderemos respirar aliviados. Mas será que tomamos tempo suficiente para buscarmos o ungido rei na "caverna de Adulão" – para termos comunhão com o nosso Davi celestial?
Adulão, lugar da troca de liderança
Lemos em 1 Samuel 22.2: "Ajuntaram-se a ele todos os homens que se achavam em aperto, e todo homem endividado, e todos os amargurados de espírito, e ele se fez chefe deles; e eram com ele uns quatrocentos homens." Simbolicamente podemos deduzir o seguinte:
Os homens se ajuntaram a Davi
Jesus voluntariamente trilhou o caminho da humilhação, e, igualmente, todos aqueles que querem seguir a Jesus têm de se despojar de todo orgulho e têm de cair de joelhos diante do Senhor, se humilhando na Sua presença. Isso os irmãos de Jesus (Israel) farão, e essa é uma condição imprescindível para todo aquele que procura a salvação. Mas aquele que quiser ser o rei, que quiser continuar a mandar, como o rei Herodes no tempo de Jesus – a essa pessoa o caminho ao Calvário estará bloqueado.
Os homens se sujeitaram a Davi
A partir do momento em que os homens entraram na caverna de Adulão, Davi passou a ser seu chefe. Quem se refugia com seus pecados em Jesus experimenta o perdão. E perdão recebido aprofunda o amor a Ele e conduz à submissão voluntária ao Senhor e Seu domínio em nossas vidas.
Os homens mudaram de reino
Se pudéssemos perguntar àqueles homens de onde eles vinham, certamente teriam respondido: "Viemos do reino de Saul". Até nisso Saul é um símbolo do reino deste mundo, já que havia sido exaltado por Deus e instituído por Deus para ser o primeiro rei de Israel. Mas, por desobediência, Saul se desligou de Deus. Por isso, Deus o rejeitou, e, depois disso, Saul reinava em seus domínios, mas em oposição a Deus. E assim foi com Lúcifer, a "estrela da manhã" que se rebelou contra Deus e perdeu sua vocação. A maioria das pessoas se encontra no reino de Satanás; são poucos os que fogem e se refugiam no Davi celestial.
Saul também é uma ilustração da natureza pecaminosa do homem. Ele foi um rei segundo o coração humano. Davi foi diferente, ele era um homem segundo o coração de Deus – e é uma ilustração da vida espiritual. Se poderíamos continuar perguntando àqueles homens: "Aonde vocês vão?" eles teriam respondido: "Estamos saindo do reino de Saul e vamos ao reino de Davi." Quem se achegou a Jesus realizou uma mudança de posição em sua vida e se demitiu do antigo padrão que o escravizava. Essa pessoa deu a Jesus Cristo a primazia em sua vida.
As pessoas daquela época tomaram certas atitudes para chegarem a Davi. Elas foram até sua caverna, que era algo humilhante, e se uniram com Davi. E quem deseja hoje se refugiar em Jesus? Em sentido neotestamentário isso significa entregar-se a si mesmo: "Ou, porventura, ignorais que todos os que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida" (Rm 6.3-4).
Cada um desses homens estava bem consciente de sua culpa e de sua grande angústia, e cada um deles provavelmente pensava: "Se existe alguém que pode me ajudar, essa pessoa só pode ser Davi." Por isso esses homens se puseram a caminho e se dirigiram à caverna de Adulão. Lá, junto de Davi, encontraram descanso e passaram a fazer parte de seu reino. Querido amigo, peregrino cansado da longa jornada, você também tem um descanso maravilhoso a lhe esperar nas feridas do Cordeiro de Deus que morreu por você na cruz do Calvário: "Venham a Mim e Eu lhes darei descanso – todos vocês que trabalham tanto debaixo de um jugo pesado. Levem o meu jugo – porque ele se ajusta perfeitamente – e deixem que Eu lhes ensine; porque Eu sou manso e humilde, e vocês acharão descanso para suas almas; pois só Eu faço vocês carregarem cargas leves" (Mt 11.28-29, A Bíblia Viva).
Norbert Lieth

Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, outubro de 1997

 
 
 

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